História do biogás
Os primeiros passos do biogás
De acordo com os registros existentes, a história do biogás começou com estudos realizados em meados de 1600, quando foi documentada a existência de alguma substância inflamável de composição química desconhecida em regiões pantanosas. Com a evolução dos estudos descobriu-se que o odor estava relacionado à decomposição de matéria orgânica.
Em 1776, o físico italiano Alessandro Volta (1745-1827), após dois anos de pesquisa e experimentos conseguiu identificar a composição química do gás inflamável então denominado de metano (CH4).
No início de 1800, Louis Pasteur vislumbrou pela primeira vez a possibilidade de utilizar este gás como combustível para sistemas de aquecimento e iluminação urbana.
Em 1857 foi construída a primeira instalação destinada a produzir e utilizar o biogás em grande escala em um hospital para portadores de hanseníase de Bombaim, na Índia. Na mesma época, na cidade de Exter, na Inglaterra, o biogás foi utilizado para iluminação pública.
Apesar destas iniciativas, com o passar dos anos este combustível acabou sendo relegado em segundo plano, apenas como um complemento às fontes tradicionais de petróleo e carvão, tidas como infinitas na época, fechando-se um primeiro ciclo da utilização do biogás como fonte energética.
O segundo ciclo do biogás
A história do biogás continua com um segundo ciclo, o qual teve início em meados de 1940, durante a II Guerra Mundial, quando a escassez e dificuldade de acesso a fontes fósseis de combustível reacenderam o interesse pela utilização do biogás, tanto para o cozimento e aquecimento de casas, como para a alimentação de motores de combustão interna. No entanto, após o término do conflito, o uso deste combustível ficou geograficamente remanescente na China e Índia, onde permanece sendo utilizado por pequenos produtores rurais até os dias de hoje.
Atualmente, estima-se que há cerca de 8 milhões de biodigestores em operação na China e aproximadamente 300 mil unidades na Índia. Seu uso se dá principalmente para iluminação, cozimento e aquecimento domiciliares.
O biogás no Brasil
No Brasil a história do biogás teve início com a crise do petróleo da década de 70. Em novembro de 1979, na Granja do Torto em Brasília, foi construído um dos primeiros biodigestores do país. O projeto instalado na sede do governo foi importante, por que demonstrou ser possível instalar uma unidade produtora de biogás com a utilização de materiais simples e de baixo custo, além disso incentivou o próprio governo no início da década de 80, no contexto do Programa de Mobilização Energética – PME), a estimular a sua instalação em propriedades rurais. Na época foram instalados cerca de 7 mil biodigestores nas regiões sul, sudeste e centro-oeste. No entanto, problemas operacionais relacionados em especial a falta de informações e treinamento tornaram o sistema de baixa eficiência, fazendo com que muitos produtores rurais abandonassem a tecnologia. Este foi primeiro ciclo da utilização do biogás no Brasil.
O biogás no Brasil nos dias de hoje
O segundo ciclo dos biodigestores no Brasil teve início em meados dos anos 2000 com o advento do mercado de créditos de carbono que mobilizou recursos para a construção de biodigestores, em especial em propriedades rurais com criação de suínos de médio e grande porte, visando à coleta e combustão do biogás. No contexto do mercado de créditos de carbono, os gases gerados pelos dejetos expostos, em geral em lagoas ou esterqueiras abertas, e não coletados, quando emitidos para atmosfera contribuem negativamente para o aumento do efeito estufa ou aumento da temperatura da Terra. Neste caso, os recursos dos créditos de carbono são aplicados em tecnologias capazes de minimizar este efeito sendo o biodigestor uma destas tecnologias. Estima-se que entre 2005 e 2013 foram instalados no Brasil cerca de 1.000 biodigestores considerando os incentivos financeiros dos créditos de carbono.
Observa-se durante este segundo ciclo do biogás no Brasil, quando comparado ao primeiro, um grande avanço tecnológico, e não diferente do primeiro ciclo, um grande potencial desta fonte energética. Este entendimento é compartilhado pelo governo brasileiro, que para além dos incentivos dos créditos de carbono, que não é aplicável a todos os produtores rurais, tem disponibilizados incentivos especiais para a construção e aquisição de biodigestores, como o Programa Agricultura de Baixo Carbono, ou Programa ABC, e o Pronaf ECO, para agricultura familiar.
A história do biogás nos permite concluir, que hoje a instalação de biodigestores e o uso de biogás é uma tecnologia bastante avançada, conhecida, desenvolvida e com um grande potencial de aplicação no mundo, como na China e Índia, onde já vem sendo adotado a mais de meio século, e em especial no Brasil, país que cuja identidade é o agronegócio e ainda possui um pequeno número de unidades instaladas quando comprado como os países asiáticos citados.
A BGS Equipamentos é a primeira empresa do Brasil especializada em kit biodigestores para pequenos propriedades rurais e biodigestores urbanos, instalados no quintal de casa para produz de “gás de cozinha” e adubo orgânico. Trata-se de kits prontos para produtores que possuem desde 2 vacas de leite até 100 animais de fácil instalação, em média um dia. No caso urbano, no biodigestor urbano é alimentado com restos de alimentos. É muito legal! É muito fácil. Entre em contato conosco: www.bgsequipamentos.com.br
Fontes:
Fonte: SOARES, R. C.; DA SILVA, S. R. C. M. Evolução Histórica do Uso de Biogás como Combustível. Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Mato Grosso – IFT: Cuiabá, 2010.
ZACHOW, C. R. Fontes Alternativas de Energia – Biogás. Universidade Regional do Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul: Panambi, 2000.
ALMEIDA, G. V. B. P. Biodigestão Anaeróbica na Suinocultura. Centro Universitário das Faculdades Metropolitanas Unidas – FMU: São Paulo, 2008.
BARIN, A.; CANHA, L. N.; ABAIDE, A. R.; MARTINS, L. F. G. Análise crítica dos atuais incentivos ao uso de fontes renováveis de energia no cenário energético nacional – O caso do biogás. Universidade Federal de Santa Maria: Santa Maria – RS, 2009.
PALHARES, J. C. P. Biodigestão Anaeróbia de Dejetos de Suínos: Aprendendo com o Passado Para Entender o Presente e Garantir o Futuro. Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária – EMBRAPA. Brasília, 2008.
Gostei muito de ler sobre a história do gas provindo dos resíduos da agropecuária. Eu já vendí minhas duas propriedades rurais, foi bom ter vendido para eu ter um tempo suficiente para estudar sobre o sistema ambiental de nosso país fazendo uma comparação com outros países do mundo.
Doravante eu vou adquirir terra novamente para fazer um Mine projeto de sustentabilidade com já está bem adiantado.
Bom dia!
Estou fazendo uma pesquisa com o objetivo de desenvolver uma ampla campanha no Brasil para o reaproveitamento de mais de 99% do nosso lixo, como se faz na Suécia, por exemplo, e a modernização do tratamento de lixo orgânico e esgoto sanitário, feito simultaneamente com o uso de Biodigestores Anaeróbios (sem a presença de oxigênio). Estou escrevendo um texto que pretendo divulgar o máximo possível aos políticos e governos federal, estaduais, municipais, aos meios de comunicação da Tv, do Rádio, da Internet e a todos brasileiros pela mudança radical no tratamento de lixo e saneamento no Brasil.
Agradeço imensamente à BGS Equipamentos pela divulgação nesse site da “História do Biogás” – “O biogás no Brasil” e “O biogás no Brasil nos dias de hoje”. Estou pesquisando algumas informações e gostaria de saber se vocês podem me ajudar:
Quantos Biodigestores têm instalados no Brasil atualmente no Agronegócio, na Indústria e urbanos para tratamento simultâneo de lixo orgânico e esgoto?
Quando acabar de escrever o texto da campanha gostaria de enviar a vocês e, se possível, contar com a valiosa ajuda da BGS Equipamentos na correção de possíveis erros, sugestões de mudanças do texto e divulgação da campanha.